Brain rot e a relação da palavra do ano com o trabalho
Brain rot, palavra do ano do Dicionário Oxford, refere-se à deterioração mental causada pelo excesso de conteúdo digital superficial. Veja como combatê-lo.
Anualmente o dicionário Oxford elege uma palavra que expresse tendências culturais, sociais e linguísticas mais impactantes no ano. E a última eleita foi “brain rot”.
O objetivo é, a partir de um termo que se tornou popular, elaborar uma espécie de indicador de clima coletivo das preocupações predominantes e das mudanças de comportamento ou pensamento. Que, atualmente, é o impacto do consumo excessivo de conteúdos online na saúde mental e no desempenho intelectual das pessoas.
E o impacto do brain rot vai além da vida privada, afetando tanto as pequenas empresas quanto as grandes corporações. Confira a seguir!
O que significa brain rot?
Brain rot, em tradução literal, significa “deterioração do cérebro”, que acaba ficando “cansado e confuso” após passar muito tempo consumindo conteúdos rápidos, rasos e com poucos estímulos, como vídeos gerados por IA sem sentido e conteúdos rápidos demais para conterem informações aprofundadas.
Atividades que fazem a mente “se desligar”, causando, a longo prazo, dificuldade de concentração, diminuição da capacidade de reflexão e senso crítico, além de queda na capacidade de memorizar informações importantes. Como se o cérebro estivesse ficando “podre” ou “fraco” por falta de desafios e com o aumento do consumo de conteúdos similares e repetitivos.
Essa expressão foi documentada pela primeira vez em 1854, mas seu sentido está, atualmente, relacionado ao impacto do ambiente digital e do consumo contínuo de informação banal e simplificada.
Como esse fenômeno afeta as empresas?
No ambiente corporativo, o brain rot se manifesta na queda da capacidade de foco, aumento da procrastinação, redução da criatividade e menor engajamento dos colaboradores.
Esses efeitos comprometem diretamente os resultados da empresa, gerando baixa produtividade, atrasos nas entregas, dificuldades na resolução de problemas complexos e maior nível de estresse — fatores que podem evoluir até o burnout.
O fenômeno atravessa diferentes gerações, mas com expressões distintas:
- Entre Millennials e Geração Z, observa-se maior distração e ansiedade por serem nativos digitais;
- Já os Baby Boomers sofrem mais com a fadiga digital, o que dificulta a comunicação e a colaboração em equipe, comprometendo o desempenho organizacional.
Como lidar com o brain rot nas equipes?
Estudos científicos apontam que essa condição impacta funções executivas essenciais no ambiente de trabalho, como memória, planejamento e tomada de decisão, além de provocar sintomas psicológicos como ansiedade e depressão.
Para combatê-lo ou mitigá-lo nas equipes, é fundamental investir em estratégias que promovam o equilíbrio digital e o engajamento cognitivo.
Práticas recomendadas incluem pausas frequentes na exposição a telas, limitar o tempo de tela ou mesclar tarefas digitais com outras que independem da tecnologia.
Além disso, o incentivo à realização de atividades fora do ambiente digital, como hobbies, leituras, caminhadas e exercícios físicos, contribui para restaurar a resiliência cognitiva e emocional dos colaboradores.
Dicas para o dia a dia
Métodos como “deep work” (trabalhar com foco e sem interrupções) e técnicas de gestão do tempo, como o Pomodoro (focar por 25 minutos e fazer pausas de 5 minutos após esse período), têm se mostrado eficazes para melhorar a concentração, reduzir a fadiga mental e aumentar a produtividade.
Respeitar o momento de desconexão e descanso dos trabalhadores também é essencial para mitigar os efeitos do brain rot.
A eleição desse termo como palavra do ano pelo Dicionário Oxford ressalta a urgência de as organizações criarem ambientes que promovam a saúde cognitiva e emocional, reconhecendo que o consumo digital excessivo afeta tanto o bem-estar individual quanto a dinâmica e a produtividade no local de trabalho.
Compreender e estabelecer métodos para enfrentar o brain rot é essencial para garantir ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos, onde a saúde mental e cognitiva dos colaboradores sejam prioridades, refletindo diretamente na inovação, eficiência e bem-estar coletivo. Fique de olho no nosso blog e confira outros conteúdos que podem te auxiliar a criar um ambiente mais saudável na sua empresa.