Como cuidar da saúde mental dos colaboradores?

Investindo em benefícios personalizados, apoio emocional e uma cultura organizacional colaborativa, onde o trabalhador se sinta cuidado e valorizado.

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De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, no último ano, o número de profissionais afastados de suas atividades laborais devido a problemas relacionados à saúde mental atingiu o maior número já registrado.

Foram 472.328 pessoas diagnosticadas com condições que as impossibilitaram de continuar exercendo suas atividades formais. Esse número representa um aumento de 68% em relação ao ano anterior e um recorde na série histórica dos últimos dez anos. 

Com afastamentos que aumentam anualmente e uma demanda crescente por ambientes mais saudáveis, o que as empresas podem fazer em prol da saúde mental dos colaboradores? A gente te explica!

Saúde mental x afastamentos laborais

Hoje o Brasil vive um momento delicado quando falamos sobre saúde mental e seu impacto na vida dos trabalhadores. Afinal, apenas em 2024, quase meio milhão de pessoas precisaram se afastar do trabalho pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) devido a transtornos mentais e comportamentais. Foram registrados:

  • 141.414 afastamentos por ansiedade;
  • 113.604 afastamentos por depressão;
  • 52.627 afastamentos por quadros de depressão recorrente;
  • 51.314 afastamentos por transtornos bipolares;
  • 21.498 afastamentos por transtornos por uso de substâncias;
  • 20.873 afastamentos por reações ao estresse;
  • 70.998 afastamentos por outros motivos (alcoolismo, esquizofrenia e outras questões relacionadas à saúde mental).

O que pode ter motivado o aumento desses números?

O aumento no número de afastamentos por motivos de saúde mental tem várias causas possíveis e reflete transformações profundas na vida social e no ambiente de trabalho. 

Entre os principais fatores está a queda na qualidade de vida, especialmente nas grandes cidades, onde deslocamentos longos, altos índices de violência urbana e a falta de acesso a lazer e saúde acabam gerando um nível constante de estresse. 

Esse cenário se agrava com o aumento do custo de vida, que pressiona os trabalhadores e, muitas vezes, os obriga a acumular jornadas excessivas para manter o padrão mínimo necessário para sustento.

Além disso, muitos trabalhadores estão expostos a uma combinação de estressores, como: insegurança pública, horas perdidas no transporte ou deslocamento até o trabalho, vícios como forma de escape e sobrecarga de responsabilidades no trabalho e no ambiente doméstico. 

Somam-se a isso problemas recorrentes no próprio ambiente laboral, como falhas na gestão e na liderança, desvio de funções, falta de reconhecimento e demandas mal distribuídas.

Qual é o impacto dos problemas de saúde mental na economia?

O custo aproximado dos afastamentos por saúde mental no Brasil, em 2024, chegou a quase R$ 3 bilhões, considerando os valores pagos pelo INSS aos trabalhadores licenciados.

  • Em média, cada profissional afastado por questões de saúde mental ficou três meses longe das atividades e recebeu cerca de R$ 1.900 por mês.
  • O impacto direto por afastamento é de R$ 5.700 por trabalhador ao longo do período típico de licença.
  • Este valor considera apenas o benefício pago pelo INSS, não incluindo custos adicionais para as empresas, como queda na produtividade, necessidade de substituições temporárias, sobrecarga das equipes e eventuais gastos com ações corretivas.

Os altos custos reforçam a importância de as empresas investirem em ações e benefícios em prol da saúde mental, além de trabalhar a prevenção e estratégias internas para reduzir o número de licenças e seus impactos financeiros e produtivos.

Como a saúde mental influenciou as atualizações da NR-1?

A crescente crise de saúde mental entre os colaboradores, evidenciada pelo aumento recorde de afastamentos por transtornos como ansiedade e depressão, foi o principal motivador da atualização da Norma Regulamentadora nº. 1 (NR-1)

Com o objetivo de enfrentar esse cenário preocupante, o Ministério do Trabalho passou a incluir na norma diretrizes específicas para a gestão dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho, tornando a fiscalização dessas questões obrigatória para todas as empresas, independentemente do tamanho.

Além disso, a atualização estabelece que, caso sejam identificados riscos relacionados à saúde mental, as organizações deverão criar e implementar planos de ação preventivos e corretivos, como reorganização dos processos de trabalho e melhorias nas relações interpessoais entre pares e equipes, podendo inclusive sofrer multas em caso de descumprimento, a partir de maio de 2026.

Saúde mental: detalhe ou estratégia?

A saúde mental no ambiente de trabalho deixou de ser apenas um detalhe para se tornar uma questão estratégica fundamental para as organizações em 2024. 

Embora muitas empresas ainda tratem o tema de forma pontual ou sazonal, pesquisas e anuários recentes mostram que é necessário incorporar a saúde mental aos pilares da gestão empresarial para garantir benefícios reais, como aumento da produtividade, redução do absenteísmo e maior engajamento dos colaboradores. 

Afinal, cada colaborador afastado por questões de saúde mental custa, em média, cerca de R$ 5.700 à empresa durante um período de três meses, considerando salários pagos, mas há outros custos invisíveis envolvidos, como impactos na produtividade da equipe e, consequentemente, nos resultados e nas finanças do negócio.

Por isso, investir em programas estruturados de psicoeducação, suporte psicológico, treinamento de lideranças e ações alinhadas ao ESG (programas voltados ao desenvolvimento ambiental, social e de governança) cria ambientes mais saudáveis e competitivos, além de atender às novas exigências legais.

Essa mudança cultural e estratégica fortalece tanto o bem-estar dos funcionários quanto o desempenho e a sustentabilidade dos negócios.

Por que a saúde mental dos colaboradores deve ser vista como estratégia?

A saúde mental no ambiente de trabalho influencia diretamente a motivação, satisfação e permanência dos colaboradores. 

Uma pesquisa realizada pela Robert Half em 2024 aponta que os profissionais valorizam cada vez mais a personalização e flexibilidade dos pacotes de benefícios. 

O levantamento revela que 77% dos profissionais gostariam que suas empregadoras fizessem mudanças no pacote de benefícios oferecidos de acordo com tendências do mercado de trabalho, evidenciando a importância da atualização constante das ofertas para adequação às demandas dos colaboradores. 

Além disso, a pesquisa destaca que a possibilidade de escolher e personalizar benefícios, como planos de saúde com diferentes coberturas e que incluem tratamentos e acompanhamentos voltados à saúde mental, previdência privada flexível e outras opções, é cada vez mais valorizada, contribuindo para maior satisfação e engajamento nas empresas. 

Esses dados mostram que investir em benefícios corporativos flexíveis é estratégico e fundamental para atração e retenção de talentos.

Os dados também indicam que equipes emocionalmente saudáveis são mais produtivas, criativas e engajadas, o que contribui para um clima organizacional positivo e menor rotatividade. 

Como garantir um ambiente saudável?

Para garantir um ambiente de trabalho psicologicamente seguro e saudável, as empresas devem adotar uma cultura organizacional que valorize o bem-estar coletivo e coloque as pessoas no centro das decisões

Essa estrutura se sustenta em pilares essenciais como: a promoção de uma comunicação transparente, a prática da empatia e o exercício de uma liderança consciente. 

Paralelamente, é fundamental investir em condições físicas adequadas, com espaços confortáveis e ergonomicamente planejados, e fomentar práticas que estimulem a integração, o diálogo aberto e a colaboração, evitando uma cultura punitiva e líderes microgerenciadores. 

O ponto-chave, no entanto, está na construção de valores que regem o dia a dia e no acompanhamento contínuo do clima organizacional por meio de pesquisas e feedbacks, ferramentas que permitem ajustar estratégias e identificar pontos de melhoria. 

Por fim, ofereça um ambiente psicológico saudável, dê ao colaborador a oportunidade de conversar sobre seus temores e problemas sem ser punido. O suporte emocional pode mitigar situações mais graves que afastam os profissionais, promovendo o bem-estar e o equilíbrio emocional no trabalho. 

Empresas que investem em apoio psicológico, programas de conscientização e políticas que incentivam o diálogo aberto ajudam seus colaboradores a lidar melhor com o estresse e a pressão do dia a dia, resultando em maior satisfação, engajamento e redução do absenteísmo. 

Além disso, um ambiente seguro para expressar emoções favorece relações interpessoais mais harmoniosas e aumenta a produtividade, consolidando uma cultura organizacional saudável e sustentável.

Por que benefícios corporativos são um diferencial?

Quando falamos sobre qualidade de vida, benefícios corporativos são um diferencial porque oferecem suporte concreto e contínuo para a saúde mental e física dos colaboradores, contribuindo para o bem-estar, segurança e produtividade. 

Ter um vale-alimentação, por exemplo, garante ao colaborador acesso a uma alimentação adequada, fator essencial para a manutenção da energia, do foco e do equilíbrio emocional durante a jornada de trabalho. Além de contribuir para a segurança alimentar do trabalhador e de sua família, que mensalmente conta com um valor extra específico para nutrição. 

Segundo a pesquisa da OnHappy, benefícios que asseguram alimentação de qualidade reduzem os níveis de estresse e ansiedade, porque aliviam preocupações financeiras imediatas e promovem uma sensação de segurança e cuidado por parte da empresa. 

Já empresas que oferecem um pacote personalizado e sob medida para os colaboradores conseguem observar benefícios ainda mais expressivos. De acordo com dados da consultoria Deloitte, investir em saúde mental nos benefícios corporativos pode reduzir o absenteísmo em até 35% e gerar um retorno sobre investimento (ROI) de 4 para 1, traduzindo menor falta ao trabalho e mais produtividade. 

Benefícios corporativos vão além das vantagens competitivas: são ferramentas estratégicas que fortalecem a saúde, satisfação e engajamento, impactando diretamente no sucesso e sustentabilidade do negócio.

Invista na qualidade de vida dos colaboradores

Investir na qualidade de vida dos colaboradores é um passo fundamental para construir um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Oferecer um valor adicional para custear demandas essenciais do dia a dia, como alimentação, transporte, saúde e bem-estar, proporciona tranquilidade financeira e amplia a sensação de pertencimento, reduz o estresse cotidiano e promove um equilíbrio mais sustentável entre vida pessoal e profissional.

Muitos departamentos de RH potencializam esse impacto ao combinar benefícios tradicionais, como o vale-alimentação, com outras iniciativas de bem-estar, incluindo apoio psicológico, incentivo aos estudos e auxílios direcionados à cultura e ao lazer.

Que tal ir além da nutrição física e investir também na saúde mental da sua equipe? Converse com nosso time e descubra como podemos ajudá-lo a fortalecer sua marca empregadora e transformar seu ambiente de trabalho em um espaço verdadeiramente engajador e saudável.